hoje vou tirar a poeira do cd que lançou no meu aniversário quando tudo virou de cabeça pra baixo:
𖦹 introdução
contar a minha história com cantoras pop não tem tanta graça se não possui um significado por trás. hoje vou contar para vocês como conheci o alexander, meu noivo há 1 ano (oficialmente, desde o dia 3).
primeiramente, eu sempre gostei das músicas da taylor swift - veja bem, das músicas, não da pessoa. desde aquele feat dela com a paula fernandes (que eu era viciada quando tinha 12 anos) eu sempre acompanhei suas músicas, até entrar na faculdade e esquecer do mundo. voltei a gostar depois que conheci evermore e depois virei fã.
e sim, cheguei ir aos shows no rio de janeiro. não me pergunte como foi, é assunto para outra newsletter. tópico sensível. acho que isso já explica porque sequer menciono sobre a cantora por aqui.
𖦹 contexto do ninho
bom, vamos lá:
o ano era 2022, caótico para a maioria dos brasileiros: um desgoverno e uma eleição próxima. eu estava desempregada e passando por um término horrível de anos com uma pessoa que abusou de todas as formas de mim. a maior dificuldade de quebrar ciclos é definitivamente a vontade e boa fé que a pessoa abusada tá sentindo pela pessoa. eu ainda acreditava que iria mudar. mas gente, existe algo que eu aprendi e nunca mais esqueci: se a pessoa se mostrou diferente pela primeira vez, acredite para não se tornar a décima quinta e você ainda esperar algo dela.
eu iria me formar no ano seguinte, estava finalizando meus estágios, tinha passado por um luto pesadíssimo e tinha começado outra faculdade paralelamente para conseguir mais freelas (porque na região era mais fácil contratar estudantes do que entusiastas de outra área). daí que veio a proposta de trabalhar em encantado.
encantado é uma cidade do interior do rio grande do sul, caso você queira saber. muito simpática, dona do cristo protetor, de uma das cafeterias-livrarias mais fofas do estado: a amores. foi onde voltei a começar a comprar livros, principalmente, conhecer carla madeira. tomar chá gelado.
foi a época que eu tinha cabelo vermelho-bissexual e ia semanalmente para festas com propósito de ficar bêbada, mas sem beijar alguém. não tinha amigas, buscava solitude e não cair no papinho do ex. namoro tava fora de congitação.
é… nem tanto.
𖦹 tinder e suas formas de conectar pessoas
eu sequer tinha tempo de conhecer novas pessoas: tava fazendo freelas, estudando igual louca e só ia em festas no fim de semana, obviamente ninguém queria algo sério. a turma que eu estudava era pequena e definitivamente não queria comer o pão onde se faz o trigo (já que tinha vivido isso no relacionamento anterior, com meu ex ficando com todo mundo do curso dele e eu descobrindo bem depois).
vamos ser honestas?
quando me mudei pro rio grande do sul, eu sofri muitos abusos. não foram poucos. eram homens que me achavam fofa e medrosa, ao ponto de que eu ficaria paralisada ao ser tocada, com medo de ser chamada de vagabunda por não fazer o que queriam, de ao ponto me obrigar e me enganar beijando, quando eu sequer queria, quando eu tinha colocado limites e todos ultrapassavam como se significasse nada.
estava fora de cogitação sair com qualquer cara. eu queria escolher a dedo. mas como? não era padrão, não tinha pedrigee (sobrenome alemão) e queria apenas alguém que fosse parceiro. ou seja, além de ser um amor, queria um amigo.
esse era o maior problema dos relacionamentos que eu tinha: buscava alguém bonito, engraçado e interessante. o bonito não tinha, geralmente era algum viciado em video-game (já tira o interessante aí) e engraçado era até ele te zoar de alguma coisa que você tipo quando peidavam na minha cara e achavam graça, mas eu não.
tudo isso aqui é pra explicar porque gastei 50 reais em tinder pro.
é, eu gastei com algo muito fútil. eu pensei “eu gasto 150 por noite com bebida, isso aí é fichinha”.
com o tinder pro, eu tinha acesso a um catálogo de pessoas (nossa que frase péssima) e eu conseguia ver as bios, os gostos, localidade, enfim, tudo que a gente vê ao vivo passando, mas ali tava gravado apenas quem tem deu curtida.
eu lembro que fiquei um mês inteiro olhando até achar ele.
𖦹 timidez é o elemento surpresa
eu chamei no tinder, mas eu como boa carioca preferi desenrolar no instagram. achei ele, mandei mensagem e fomos trocando. uma figurinha ali, um meme ali, todos de gatinhos fofos e coloridos. marcamos um café.
já chutava que não veria mais. ou era timidez, ou ele sequer se interessava por mim e eu era massa corrida de quantidade de match.
um dia meu pai, grande petista, falou: vai ter passeata, bora?
e eu disse: tá, beleza.
sem vontade.
chegamos, eu sentei com algumas amigas e vi ele. um certo choque me correu, porque estava no mesmo lugar que meu pai. não que eu tenha medo dele, mas as piadas dele são horríveis.
conversamos um pouquinho, achei ele uma gracinha de homem, lindíssimo de óculos escuros e blusa de botão (🫦) e eu botei ele pra balançar a bandeira pra gente conversar, se não ele ficava o tempo todo com as amigas e não falaria comigo.
meu pai viu, pediu quem era (na frente dele) eu que nunca tinha nem falado com o garoto, falei o nome meio gaguejado e ele “ah, prazer, sou o namorado da bia” e o alex ficou vermelhíssimo. óbvio que era mentira, meu pai gargalhou e foi embora, literalmente. eu fiquei mais uma horinha conversando com o alex e prometemos nos encontrar outra hora com mais calma. muitos sorrisos tímidos.
𖦹 karma é um pensamento relaxante
e aconteceu, com marcação em cima de hora. era outra passeata do pt, mais cheia, mais gritaria. a gente ficou juntos conversando e nos abraçando. algo tava fluíndo muito bem, fomos almoçar juntos (eu tinha 10 reais e um sonho) quando esperava meu pai chegar, ele me deu beijinho pela primeira vez e eu fiquei mais vermelha que meu cabelo vermelho-cor-de-petista-feliz-ansiosa e entrei no carro.
os próximos acontecimentos são caóticos.
era o dia do resultado da eleição. eu estava feliz, feliz demais. estava com amigas, com ele, recém bêbada e ele mais ou menos pra lá.
em resumo: caos. lula ganhou! eu e o alex nos beijamos! ele deu perda total! eu vi meus pais! o rolê terminou 21h!
no dia seguinte, peguei uma folga e eu fui pra casa dele. ficamos assistindo vídeos do youtube, conversando, almoçamos juntos e eu voltei pra casa. apenas papos.
lembram que eu queria alguém parceiro e que fosse meu amigo acima de tudo?
já era passos pra frente.
já tinha quase 20 dias de papos, nisso, tinha passado o aniversário dele, consequentemente já tínhamos evoluído muito. ele me chama pra ir para praia com ele e umas amigas. o que eu achava super saudável e lento, do nada deu uma virada de chave: ele me pede em namoro na praia.
dia 13 de novembro.
algumas coisas acontecem quando é pra ser. quando os dois tem vontade, quando nada vai fora de órbita. quando tudo é encaixado e nada de ilusão.
aquela ideia de “quantos casais que levam meses pra se assumir ou casar, até se separarem e do nada aparecerem comprometidos e felizes com alguém?” é isso. eu vivia numa incerteza, escondida. estava com alguém que queria brilhar comigo e me ver brilhar mais ainda.
depois disso a gente juntou nossas coisas depois que me formei e vivemos felizes.
iremos casar dia 13 de junho desse ano. nada grande, pra ser algo nosso, sem dores de cabeça, apenas comidinhas, quem amamos e felicidade. demonstrando que pra viver, o que vale é o agora.
𖦹 indicações baseadas no gosto do alex
ele adora esse mangá, é super emotivo — boa noite, punpun
nossas alianças tem significado desse — your name
em literatura brasileira, ele me indicou — o centauro no jardim
em música, ele ama demais esse álbum — twin fantasy
e essa aqui resume toda nossa história:
obrigada ler! até a próxima <3
Que fofo!! Comecei a namorar em um 14 de novembro, quase no mesmo dia! Hoje moramos juntos ❤️
lendo isso um pouco atrasada...
sua news é incrível, desejo tudo de bom pra vocês <3